Cientistas do Massachusetts Institute
of Technology (MIT), nos Estados Unidos, conseguiram dar um salto
impressionante na computação biológica, que usa as estruturas de DNA para
processar dados. Liderados por Piro Siuti, a equipe de pesquisadores fez com
que uma bactéria processasse dados e lembrasse dos resultados. Em outras
palavras, o micro-organismo "virou um computador" capaz de calcular e
de armazenar os dados.
Cientistas conseguem
fazer bactérias funcionar como computadores (Foto: Reprodução/MIT)
Até hoje, as pesquisas relacionadas à
computação via DNA tinham sucesso em tornar seres simples, como bactérias, ou
células independentes, em circuitos capazes de realizar cálculos. Ou seja,
usava-se o DNA dessas estruturas biológicas como se a cadeia de proteínas fosse
um conjunto de transistores, encontrados no interior de processadores
eletrônicos. O DNA era usado para resolver cálculos, da mesma forma que o
processador no celular ou no computador.
Mas não havia nada parecido com uma
memória para que esses dados fossem armazenados. A pesquisa conseguiu fazer com
que o próprio DNA da bactéria fosse modificado para guardar as informações
obtidas no processamento. Como a estrutura orgânica é razoavelmente imutável,
milhões de anos são necessários para que a evolução promova uma mudança simples
e essa memória torna-se persistente.
A questão da falta de memória nos computadores
biológicos levava a um problema insolúvel: o sistema deixava de funcionar
organizadamente quando o estímulo cessava. Ou seja, se no laboratório os
cientistas haviam preparado um circuito de DNA que devia liberar determinada
substância fluorescente, desde que recebesse determinado estímulo, não era
capaz de reproduzir o comando depois que ele fosse executado uma vez. As
moléculas se desorganizavam e o computador biológico era, então, uma máquina que
só admitia o uso uma única vez.
Aí entra a inteligência da pesquisa
de Piro Siuti e seus colegas. Com a memória persistente montada no próprio DNA
da célula, o organismo é capaz de armazenar dados sobre a ordem dos eventos, os
cálculos realizados e os estímulos e ações correspondentes a cada um deles. A
partir de agora, com a memória de DNA, um computador biológico funcionará
enquanto estiver vivo, sendo indefinidamente capaz de resolver os mesmos
cálculos. Eles testaram a memória do computador biológico por 90 gerações da
bactéria e tiveram sucesso em todas.
As aplicações dos computadores
biológicos são vastas e incríveis. Desde sensores ambientais, muito sensíveis a
qualquer tipo de alteração no meio-ambiente, e até mesmo uma tremenda revolução
na medicina, com medicamentos projetados com precisão nunca antes possível. Uma
das pesquisas mais evoluídas sobre a aplicação da computação biológica planeja
empregar esse tipo de sistema na fabricação de bicombustíveis.
Há, contudo, questões que podem
polemizar esse tipo de pesquisa. Um descontrole no processo de engenharia do
DNA de uma bactéria, por exemplo, poderia gerar, intencionalmente até, uma
criatura altamente destrutiva. Além de tudo isso, há um debate em torno da
manipulação da vida e das consequências que gerações e gerações de criaturas
com DNAs altamente modificados podem causar na vida humana.
Saiba mais em: http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2013/02/cientistas-criam-bacteria-com-logica-programavel-e-memoria.html
Referencia:
GARRETT, Filipe. Cientistas criam bactéria com lógica programável e memória. TechTudo Notícias. Disponível em: <http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2013/02/cientistas-criam-bacteria-com-logica-programavel-e-memoria.html>. Acesso em: 31 jul. 2013.

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